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[OAB-BA, ABI e MPBA lançam campanha em defesa da saúde e ciência]

OAB-BA, ABI e MPBA lançam campanha em defesa da saúde e ciência

O evento aconteceu nesta quarta-feira e foi transmitido pelo canal da Seccional no Youtube

A Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da OAB da Bahia, em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Ministério Público da Bahia (MPBA), realizaram nesta quarta-feira (3) um ato em defesa da saúde e ciência. Na mesma ocasião, ocorreu o lançamento da campanha de conscientização acerca da vacinação como instrumento fundamental de preservação da saúde coletiva.

O evento foi transmitido pelo canal da Seccional no Youtube e contou com as presenças do presidente da Comissão, René Viana, do presidente da OAB da Bahia, Fabrício Castro, do presidente da ABI, Ernesto Marques, e da médica infectologista Adielma Nizarala. 

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CESAU) do MPBA, Patrícia Azevedo, em virtude de um compromisso profissional ligado ao enfrentamento da covid-19, não esteve presente, mas destacou a importância dessa parceria no sentido de levar adiante todas as ações de combate às condutas que fragilizam o direito à saúde e o sistema de saúde como um todo.

Devido aos diversos casos de fraudes e pessoas furando a fila da vacinação, o MPBA criou dois canais de denúncia. São eles o telefone 0800-642-4577 e o e-mail para [email protected], que estão à disposição da população de todo o estado da Bahia.

De acordo com René Viana, vivemos no Brasil um momento onde não só os desafios lançados pela pandemia do novo coronavírus se mostram severos, como a tentativa de descredibilizar a ciência através de discursos negacionistas e disseminação irresponsável de notícias falsas.

"Ciente dessa quadra difícil, a OAB da Bahia, a ABI e o MPBA somam esforços para a realização do presente ato para afastar qualquer tipo de desconfiança que paire sobre os mecanismos de preservação da saúde coletiva", informou.

O presidente da OAB da Bahia, Fabrício Castro, defendeu que o país necessita urgentemente de uma Política de Vacinação, o que não significa forçar as pessoas a se vacinarem, mas construir um projeto de imunização e apresentar a possibilidade de adquirir as vacinas. 

Fabrício ressaltou que a Bahia tem engatilhada a compra de doses da vacina russa contra a covid-19, já aprovadas em diversos países, e que é incompreensível o fato de praticamente toda a América Latina já ter aprovado a Sputnik e o Brasil ainda não. "Pior ainda do que não ter vacina é não ter sequer a perspectiva de ter a vacina", lamentou.

Ele parabenizou a Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde, a ABI e o MPBA pela campanha e classificou a iniciativa como importantíssima para a conscientização da sociedade em relação à saúde e veracidade das informações. "A OAB da Bahia está firme sim em defesa da saúde, em defesa da ciência e para conscientizar a população", frisou.

Para Ernesto Marques, presidente da ABI, atualmente o direito à saúde e o direito à informação estão ameaçados e a negação de um dialoga com a negação do outro. Ele destacou que não é de hoje que existe uma campanha sistemática de negação da imprensa, hostilidade aos veículos de comunicação e, sobretudo, aos profissionais de comunicação.

"Lamentavelmente, o protagonista desse sentimento agressivo, na maioria das vezes, é a maior autoridade desse país. Haja vista as declarações chulas, desrespeitosas e incompatíveis com a grandeza do cargo da Presidência da República", frisou.

Reforço na luta
A médica infectologista Adielma Nizarala conta que viu na iniciativa da OAB da Bahia, ABI e MPBA um reforço para aos profissionais da saúde na luta pela valorização da ciência e conscientização da vacinação. Ele lembrou que o que se busca em relação à covid-19 já foi feito com a gripe espanhola, H1N1, meningite e outras doenças.

De acordo com Adielma, as campanhas antivacina não são sustentadas em justificativas técnicas, uma vez que não há embasamento científico nas ideias divulgadas. "Os argumentos que esses grupos utilizam são os mesmos há décadas e, apesar de serem muitos fracos, vemos o quanto é difícil desmentir uma notícia falsa quando ela chega a uma camada maior da população", disse. 

Ainda segundo a especialista, conter a desinformação é um desafio enorme, uma vez que há uma origem histórica na facilidade de disseminação das fake news que está ligada ao déficit educacional da população. "Quando as pessoas recebem aquela informação, muitas vezes, tomam aquilo como verdade porque não têm a capacidade de checar em uma fonte limpa e, além disso, não têm um maior senso crítico", concluiu.