Coronavírus: Daniela Borges fala sobre desafios da mulher advogada na quarentena
A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada foi a convidada desta quarta-feira (13) do OAB na TV
A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, foi a entrevistada desta quarta-feira (13/05) no programa OAB na TV, apresentado por Milena Barreto e realizado em parceria com a Fundação Paulo Jackson e Assembleia Legislativa da Bahia.
Em virtude da pandemia causada pelo coronavírus, a entrevista não aconteceu no estúdio da TV ALBA, como rotineiramente, mas em live no Instagram, transmitida pelo perfil da seccional, @oab.bahia.
O programa discutiu alguns dos temas pautados no I Encontro Virtual da Mulher Advogada do Nordeste, promovido pela OAB Piauí no último dia 8, entre eles, os desafios da mulher advogada na pandemia.
Segundo Daniela, apesar de todos enfrentarem dificuldades nesse período, as mulheres são atingidas de forma mais específica. "Nós temos desafios particulares, como a maternidade e as questões da casa, em que culturalmente estamos mais envolvidas, que tornaram a quarentena ainda mais complicada", explicou.
Sobre a questão da violência doméstica contra a mulher, Daniela mostrou preocupação com o aumento de casos durante o isolamento, sobretudo no Brasil, um dos campeões mundiais em ocorrências.
"Precisamos, mais do que nunca, de políticas públicas para que as mulheres consigam fazer suas denúncias, com desenvolvimento de iniciativas como delegacias virtuais e perícias remotas, além do envolvimento da sociedade, por meio da participação dos condomínios, farmácias e supermercados", destacou.
Ainda em relação aos efeitos da pandemia, a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada destacou alguns impactos que têm atingido diretamente a advocacia, como a relação do profissional com o cliente e o retorno dos prazos.
"Nem todo advogado tem acesso à estrutura necessária para respeitar esses prazos. Às vezes, a própria parte não tem. Inclusive, com a pandemia, o cliente encontra ainda mais dificuldade em pagar o serviço prestado. Por isso a OAB tem pensado em iniciativas para acolher a classe, como a estrutura montada para recebimento de alvarás", pontuou
Daniela encerrou a entrevista destacando a importância da participação das mulheres na política. "Não há democracia efetiva sem representatividade. Precisamos ocupar espaços. No caso da próxima eleição, a pauta vai girar em torno das redes sociais e tempo de TV. Se conseguirmos garantir participação nesses lugares, teremos chances de aumentar nossa representatividade", concluiu.