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[Presidenta da OAB-BA faz balanço do primeiro ano de gestão: “não é Daniela que chega à presidência. São muitas mulheres”]

Presidenta da OAB-BA faz balanço do primeiro ano de gestão: “não é Daniela que chega à presidência. São muitas mulheres”

Líder da advocacia baiana concedeu entrevista ao programa OAB no Rádio

Na manhã desta sexta-feira (16), a presidenta da OAB-BA, Daniela Borges, concedeu entrevista ao jornalista Luis Ganem, apresentador do programa “OAB no Rádio”, transmitido pela Rádio Alba. Durante o programa, a líder da advocacia baiana fez um balanço do primeiro ano de gestão da atual diretoria, tratou dos avanços que vêm ocorrendo no sistema OAB e abordou, ainda, a simbologia da sua presidência.

O fato de ser a primeira mulher presidente em 90 anos de existência da seccional foi o primeiro tema abordado. Daniela afirma ter total consciência da sua responsabilidade e do quanto a sua representatividade pode servir como incentivo para as advogadas, principalmente as mais jovens.

“Tem um significado muito especial em razão da nossa história. Advogados e advogadas têm desafios iguais no que diz respeito ao dia a dia da advocacia. Mas a mulher tem desafios a mais porque estamos em uma estrutura machista e patriarcal. Eu vi mulheres que desistiram da advocacia porque não conseguiram conciliar, que abriram mão de promoções quando se tornaram mães. Não é Daniela que chega à presidência. São muitas mulheres”, destacou a presidenta bastante emocionada.

Ainda na seara da representatividade, a presidenta ressaltou a atual configuração do Conselho da seccional, que conta com 97 membros, e, além de ter paridade de gênero e equidade racial, possui representação de vários segmentos da advocacia, como o jovem advogado, o idoso, os do interior e os que estão em diferentes estágios da carreira. “A realidade da advocacia é muito complexa, diversa. A gente tem várias advocacias. E o desafio da OAB é atuar por toda a advocacia”, afirmou.

Sobre os 90 anos da OAB-BA, completados neste ano, Daniela elencou as ações feitas para marcar o aniversário da Ordem. “ É muito importante a gente honrar a nossa história. Tudo o que aconteceu antes é o que nos permite estar nesta quadra da história. A gente teve a preocupação de fazer essas homenagens [aos ex-presidentes e à primeira mulher inscrita na OAB-BA] e registros”.

A líder também reafirmou o seu compromisso com a advocacia do interior ao relatar a sua defesa da realização do III Encontro Sertanejo da Advocacia Baiana, na cidade de Mucugê, como parte das comemorações à data, para além da solenidade principal que ocorreria em Salvador. A presidenta aproveitou o momento para elogiar o trabalho realizado pelas subseções. 

Ao ser questionada sobre a questão das prerrogativas da advocacia, Daniela, mais uma vez, se posicionou de forma enfática sobre o assunto. “A defesa das prerrogativas é a alma da OAB. As prerrogativas não existem para defesa da advocacia, mas para defender o trabalho que a advocacia realiza pelo cidadão”, asseverou. A presidenta ressaltou que as prerrogativas não são privilégios e abordou as mudanças positivas que as recentes alterações no Estatuto da Advocacia trouxeram para a defesa desse direito da classe e deu como exemplo a necessidade de haver um representante da OAB presente quando ocorrerem buscas e apreensões em escritórios de advocacia.

A presidenta ainda falou sobre a relação da OAB-BA com o TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), a realização do XIX ENJA (Encontro Nacional da Jovem Advocacia) - pela primeira vez sediado na Bahia com mais de 4 mil inscritos - das audiências públicas e do projeto “Café com Advocacia”. Perguntada sobre qual legado gostaria de deixar, falou sobre a importância de trabalhar pela comunidade. “Eu estou presidente, mas eu sou uma pessoa que sempre me dediquei ao coletivo e tenho, há 10 anos, essa dedicação à OAB e à advocacia. Isso é o que me define. Hoje na presidência posso fazer ainda mais, mas levarei esse compromisso comigo minha vida inteira”, garantiu.

Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA