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OAB-BA participa de Mobilização de Repúdio à Violência Institucional

A OAB da Bahia, por meio da presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial, Dandara Pinho, participou na última segunda-feira (04/07) da Mobilização de Repúdio à Violência Institucional, realizada no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), no Pelourinho. O evento teve como objetivo discutir o racismo e a violência policial contra pessoas negras, tomando como referência o caso do jornalista Eduardo Machado, da cineasta Larissa e de seus dois amigos Willian Costa e Cida Pereira, ocorrido em 23 de junho deste ano. Vítimas de preconceito por taxistas na Cidade Baixa, dois dos quatro jovens foram obrigados a entrar coercitivamente dentro de uma viatura da Polícia Militar, acionada por um dos taxistas. Ao destacar que ações como esta são comuns entre a comunidade negra, Dandara apresentou, durante a mobilização, a possibilidade de se formar um grupo para discutir junto à entidade a criação de uma cartilha educativa para taxistas, além de se colocar à disposição para, por meio da OAB, acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos e garantir maior visibilidade e providências jurídicas sobre o caso. Também presente ao evento, a conselheira Lindinalva de Paula (CDCN) lamentou o caso e destacou outras situações de racismo e violência policial contra a juventude negra. “A cidade impõe limitações à população negra periférica, que acaba brutalmente impedida de circular em seu território”, disse. A representante do Instituto Steve Biko, Carine Reis, atentou para que as lideranças se empenhem em não deixar esta violência ser normalizada, já que cidadãos brancos não sofrem com o mesmo tipo de discriminação. “É preciso fazer uma campanha ousada, que agite as ruas e force o poder público a tomar as devidas providências”, afirmou. Os representantes das entidades presentes se comprometeram em construir um ato de denúncia e repúdio ao racismo na capital baiana. Segundo Dhay Borges, coordenador nacional de mobilização do coletivo de Entidades Negras, “é importante dar encaminhamentos ao que esses jovens passaram, apesar do cansaço, porque o racismo cansa”, desabafou. Vilma Reis, ouvidora da Defensoria Pública, garantiu que a denúncia dos jovens terá a atenção da Corregedoria da Defensoria e pediu que o movimento social também insista num diálogo com a Prefeitura e o Estado sobre esse e outros tipos de violências. Larissa e Eduardo seguem no enfrentamento à vitimização policial e garantem não deixar o episódio cair no esquecimento, já que ambos acreditam que travar essa luta contra o abuso do poder de polícia seja uma ação pelas suas próprias vidas e as de outros jovens negros brasileiros. Com boletim de ocorrência negado na saída da delegacia, eles agora seguem com acompanhamento da advogada Dandara Pinho. Estiveram presentes na mobilização o coordenador do Coletivo de Entidades negras, Marcos Rezende, a conselheira Rose Mafalda, a publicitária Ivana Sena, o jornalista Valdeck Almeida de Jesus, os membros da Comissão Estadual de Direitos Humanos, Geovan Bantu e Yulo Oiticica, e representantes de coletivos negros. Fonte: Com informações da Revista Quilombo.