Sarah Barros Galvão: Vice-presidente do Conselho Jovem da OAB
É até difícil delimitar as fronteiras dos âmbitos pessoal, profissional e institucional da advogada e atual vice-presidente do Conselho Consultivo da Jovem Advocacia (CCJA) da OAB-BA, Sarah Barros Galvão. Vivendo intensamente os trabalhos da Ordem e dedicando-se de forma abnegada, representa, como poucos, o novo momento da seccional, onde o jovem advogado passou a ocupar posição de destaque. Ela não mede esforços pra ver a profissão que abraçou cada vez mais fortalecida e valorizada, sobretudo, a Jovem Advocacia.
Desde muito cedo, demonstra disciplina e capacidade de uma grande profissional. No disputadíssimo Colégio Militar de Salvador acostumou-se a ser “Aluna Coronel” – a 1ª da turma. Na faculdade de Direito, que concluiu em 2013, também conquistou honrarias e já despontava como promessa no ramo jurídico.
O talento, no entanto, não a poupou de, assim como a maioria dos advogados e advogadas recém-formados, sentir-se perdida em meio a tantas dificuldades e dúvidas inerentes ao início da carreira. E foi justamente nesse momento de incertezas que a OAB entrou em sua vida.
Através de uma publicação que teve acesso nas redes sociais, Sarah resolveu comparecer a uma edição do “Almoço com o Mestre”, evento promovido pelo CCJA, que teve como palestrante o conselheiro federal Fabrício Castro. Na ocasião, o graduado advogado compartilhou suas experiências com os jovens colegas e contou como superou os desafios do início da profissão. "Quando acabou o evento, me senti mais centrada e motivada para seguir firme em minha carreira na advocacia” relembra.
No mesmo dia, Sarah entrou em contato com Luiz Gabriel, então presidente da OAB-Jovem, e foi convidada para participar dos próximos eventos do Conselho Jovem. “Naquele momento, iniciei meu contato com a OAB e me senti acolhida pela Ordem”. A partir daí não parou mais.
Com o demais membros da comissão, trouxe melhorias à classe, realizando eventos, palestras e integrações que capacitaram, nortearam e integraram o jovem advogado a OAB e ao mercado de trabalho.
“Fui abraçada pela OAB no momento que mais precisei. Eu tinha o conhecimento, sempre fui boa aluna, mas fiquei perdida no início. É comum o início da carreira ser uma fase de incertezas. Diversas vezes, quando surgiam clientes, Luiz Gabriel e Hermes Hilarião cediam a sala para que eu fizesse meus atendimentos", contou. Hoje ela advoga nas áreas de consumo, família e criminal, onde, gradativamente, vem escrevendo seu nome no cenário jurídico baiano.
A (des)ordem dos fatores
Ser o símbolo de uma mudança de paradigma na advocacia baiana tem seu preço, e não é barato. Diariamente, Sarah convive com o machismo, o assédio, a misoginia e a discriminação etária. Enfim, o preconceito nas suas diferentes formas. "Ser advogada é difícil. Ser jovem advogada é mais difícil. Porém, ser mulher, jovem e advogada é uma combinação que nos imputa as maiores dificuldades e barreiras. Quantas vezes já comentei que precisava de uma liminar e alguém acabou me surpreendendo com uma piada de mau gosto do tipo: 'coloca um decote que com este juiz você consegue'”, contou ao descrever uma das muitas situações embaraçosas que enfrenta. Na sua rotina, já se tornou algo comum conviver com o preconceito e a inversão de valores também com relação aos clientes. “Primeiro sou bonita, depois nova e, por último, reconhecem minha capacidade e inteligência. A ordem é completamente invertida nessa sociedade machista. Nós estamos em um espaço predominantemente masculino, apesar das jovens advogadas representarem mais de 50% dos quadros ativos da Ordem”, afirma. De toda forma, Sarah não se deixa desmotivar e enfrenta tais percalços com a força e a garra peculiares às mulheres, utilizando estes entraves como motivação para alcançar seus objetivos e demonstrar, com trabalho, que não há mais espaço para preconceitos na sociedade. Diversidade de elos
Ao falar do seu papel no CCJA, Sarah apresenta-se como um dos elos que formam o cada vez mais plural Conselho Jovem. Ela relembra que antes de Luiz Viana existia, ao invés do Conselho, uma Comissão do Jovem Advogado, formada por 11 homens, todos brancos. “Saímos de uma redoma de 11 homens brancos para um Conselho com 89 representantes, onde temos mulheres, negros e homossexuais, ou seja, toda a pluralidade que você possa imaginar. O Conselho Jovem abraça e inclui a todos. Esse é um dos principais marcos da gestão de Luiz, na OAB-BA, e de Hermes na OAB-Jovem”, comenta. Grata por todas as vitórias e frutos colhidos, a jovem advogada deseja seguir trabalhando pela valorização da advocacia e no auxílio àqueles que, assim como ela enfrentam as diversas dificuldades do início da carreira. A gratidão aos colegas que a receberam vem sendo retribuída e distribuída na forma de apoio ao próximo. “Na OAB encontrei pessoas que me orientaram e auxiliaram, criando em mim sentimentos de gratidão e fraternidade. Hoje, não há satisfação maior do que fazer algo por alguém que está chegando e passando pelo o que eu passei. Doar um pouco do meu tempo e conhecimento para auxiliar e melhorar a vida profissional de um colega é, acima de tudo, recompensador", finaliza. Mulheres da OAB-BA
Em reconhecimento à participação feminina nos trabalhos da OAB-BA, a seccional deu início a uma série de reportagens especiais contando um pouco da trajetória de vida de algumas dessas mulheres que integram a Diretoria Executiva, o Conselho Seccional, CAAB, Escola Superior de Advocacia e as diversas Comissões da Ordem. A cada semana, será publicado um perfil contando a história e a trajetória profissional dessas advogadas que têm se dedicado à luta em defesa do Direito, algo indispensável para a expansão da Justiça na sociedade. Leia os textos já publicados
Ana Patrícia Dantas Leão: primeira vice-presidente da história da OAB-BA
Daniela de Andrade Borges: A Diretora Tesoureira
Ilana Campos: A Conselheira Federal
Dora Marcia Zalcbergas: A Presidente da Comissão do Idoso
Lia Barroso: Presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher
Andrea Marques: Presidente da Comissão da Mulher Advogada
Thaís Bandeira: Diretora da Escola Superior de Advocacia
Isabela Bandeira: Conselheira e Presidente da Comissão de Seleção Fotos: Angelino de Jesus (OAB-BA)
Ser o símbolo de uma mudança de paradigma na advocacia baiana tem seu preço, e não é barato. Diariamente, Sarah convive com o machismo, o assédio, a misoginia e a discriminação etária. Enfim, o preconceito nas suas diferentes formas. "Ser advogada é difícil. Ser jovem advogada é mais difícil. Porém, ser mulher, jovem e advogada é uma combinação que nos imputa as maiores dificuldades e barreiras. Quantas vezes já comentei que precisava de uma liminar e alguém acabou me surpreendendo com uma piada de mau gosto do tipo: 'coloca um decote que com este juiz você consegue'”, contou ao descrever uma das muitas situações embaraçosas que enfrenta. Na sua rotina, já se tornou algo comum conviver com o preconceito e a inversão de valores também com relação aos clientes. “Primeiro sou bonita, depois nova e, por último, reconhecem minha capacidade e inteligência. A ordem é completamente invertida nessa sociedade machista. Nós estamos em um espaço predominantemente masculino, apesar das jovens advogadas representarem mais de 50% dos quadros ativos da Ordem”, afirma. De toda forma, Sarah não se deixa desmotivar e enfrenta tais percalços com a força e a garra peculiares às mulheres, utilizando estes entraves como motivação para alcançar seus objetivos e demonstrar, com trabalho, que não há mais espaço para preconceitos na sociedade. Diversidade de elos
Ao falar do seu papel no CCJA, Sarah apresenta-se como um dos elos que formam o cada vez mais plural Conselho Jovem. Ela relembra que antes de Luiz Viana existia, ao invés do Conselho, uma Comissão do Jovem Advogado, formada por 11 homens, todos brancos. “Saímos de uma redoma de 11 homens brancos para um Conselho com 89 representantes, onde temos mulheres, negros e homossexuais, ou seja, toda a pluralidade que você possa imaginar. O Conselho Jovem abraça e inclui a todos. Esse é um dos principais marcos da gestão de Luiz, na OAB-BA, e de Hermes na OAB-Jovem”, comenta. Grata por todas as vitórias e frutos colhidos, a jovem advogada deseja seguir trabalhando pela valorização da advocacia e no auxílio àqueles que, assim como ela enfrentam as diversas dificuldades do início da carreira. A gratidão aos colegas que a receberam vem sendo retribuída e distribuída na forma de apoio ao próximo. “Na OAB encontrei pessoas que me orientaram e auxiliaram, criando em mim sentimentos de gratidão e fraternidade. Hoje, não há satisfação maior do que fazer algo por alguém que está chegando e passando pelo o que eu passei. Doar um pouco do meu tempo e conhecimento para auxiliar e melhorar a vida profissional de um colega é, acima de tudo, recompensador", finaliza. Mulheres da OAB-BA
Em reconhecimento à participação feminina nos trabalhos da OAB-BA, a seccional deu início a uma série de reportagens especiais contando um pouco da trajetória de vida de algumas dessas mulheres que integram a Diretoria Executiva, o Conselho Seccional, CAAB, Escola Superior de Advocacia e as diversas Comissões da Ordem. A cada semana, será publicado um perfil contando a história e a trajetória profissional dessas advogadas que têm se dedicado à luta em defesa do Direito, algo indispensável para a expansão da Justiça na sociedade. Leia os textos já publicados
Ana Patrícia Dantas Leão: primeira vice-presidente da história da OAB-BA
Daniela de Andrade Borges: A Diretora Tesoureira
Ilana Campos: A Conselheira Federal
Dora Marcia Zalcbergas: A Presidente da Comissão do Idoso
Lia Barroso: Presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher
Andrea Marques: Presidente da Comissão da Mulher Advogada
Thaís Bandeira: Diretora da Escola Superior de Advocacia
Isabela Bandeira: Conselheira e Presidente da Comissão de Seleção Fotos: Angelino de Jesus (OAB-BA)