Ophir adverte para crescente violência contra liberdade de imprensa
Brasília – Comemorado nesta quinta-feira (3), o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi lembrado pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, como uma oportunidade para expressar a preocupação com a onda de crimes violentos que vem atingindo jornalistas no país. Crimes, segundo ele, com características de mando, como no caso do recente assassinato do jornalista Décio Sá, em São Luis (MA).
"Assim como ocorre com a advocacia, a imprensa precisa de liberdade para trabalhar e denunciar o malfeito. Porque, como ocorre também como nossa entidade, a imprensa incomoda ao desafiar os poderosos e apontar seus desmandos", afirmou. "Não existe democracia sem a expressa garantia de liberdade de expressão e de imprensa, que não pode ser vista como uma concessão, mas sim como um direito inalienável do povo".
Em fevereiro, dois outros jornalistas foram assassinados – Mario Randolfo Marques Lopes, em Barra do Piraí (RJ), e Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, em Ponta Porá (MS). O primeiro editava o site Vassouras na Net, no qual criticava personalidades influentes na região. Tinha 50 anos e foi executado com um tiro na cabeça ao lado da esposa, Maria Aparecida Guimarães, também assassinada. Já Paulo Roberto dirigia o site Mercosul News, e transitava pela avenida quando dois pistoleiros que estavam em uma motocicleta dispararam mais de 12 tiros de pistola 9mm contra o jornalista, que foi atingido por cinco deles.
Nos relatórios anuais produzidos pela Federação Nacional dos Jornalistas, políticos regionais ou nacionais sempre figuram entre os principais agressores. Isso se confirmou no Relatório "Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil", relativo a 2010. No Relatório da Federação Internacional dos Jornalistas relativo a 2011, o Brasil aparece entre os países com mais registros de morte de profissionais de comunicação.