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OAB Nacional ressalta desigualdades no Dia Mundial do Meio Ambiente

Brasília, 05/06/2009 - A Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou hoje (05) nota pela passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia de hoje (05). Na mensagem, a Comissão enfoca principalmente a questão das desigualdades, classificando-as como "o que há de mais insustentável no mundo".

"Não se trata apenas do desmatamento, perda da biodiversidade, mudança climática, déficit hídrico, pobreza extrema e outros males globais. Existem obstáculos significativos à cooperação de uma ética de consumo que seja determinada pelo princípio de justiça social com fundamento e visão no desenvolvimento".

A seguir a íntegra da nota:

"As tarefas do desenvolvimento e da proteção ambiental estão irremediavelmente entrelaçadas. É urgente a criação de um modelo baseado na concepção de oportunidades econômicas e educativas. Podemos afirmar que o nosso problema não é o conflito entre progresso e proteção ambiental, mas o que temos realizado tanto em avanço quanto em preservação nessa desafiadora e abrangente questão.

Não se trata apenas do desmatamento, perda da biodiversidade, mudança climática, déficit hídrico, pobreza extrema e outros males globais. Existem obstáculos significativos à cooperação de uma ética de consumo que seja determinada pelo princípio de justiça social com fundamento e visão no desenvolvimento. Alguns consomem mais do que deveriam, enquanto outros menos do que exige a dignidade humana. E isso é o que há de mais insustentável no mundo: as desigualdades.

O agravamento da dessemelhança em escala planetária é inseparável do problema dos padrões insustentáveis de produção e consumo. Neste compasso, a estabilidade social e ecológica dificilmente será incrementada se não houver uma mudança social construtiva que leve as gerações a reinventar uma ética de consumo moderada.

Nos estágios iniciais da evolução humana, derrotar a natureza era uma questão de sobrevivência, mas, nos nossos dias, vencer a natureza significa destruir parte do que resta de vida na Terra. É tempo de saber quando devemos parar de agredi-la. O desafio para os ambientalistas e outros defensores da sustentabilidade poderá ser como valorizar mais a importância da espiritualidade no seu próprio trabalho. O saudoso biólogo da Universidade de Harvard, Stephen Jay Gould, sugeria: "Não podemos vencer esta batalha para salvar as espécies e o meio ambiente sem também forjar um elo emocional entre nós e a natureza - pois não lutaremos para salvar aquilo que não amamos".