Nota de Repúdio
A Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da Seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil, no exercício de suas atribuições institucionais, tomou conhecimento do conteúdo homofóbico propagado na musica “Quem Banca é o Viado” e resolveu tornar publica a presente Nota Pública de Repúdio:
A Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da Ordem dos Advogados da Bahia, torna público o seu repúdio à música intitulada "Quem Banca é o Viado", reproduzida pelo cantor Robissão, juntamente com sua banda. A música, de forma grotesca, baseia-se na crítica a um jovem que foi visto saindo com presentes da casa de um homossexual, vide o refrão: "eu tô sabendo, eu tô ligado, eu vi você saindo da casa do viado".
Observa-se que a letra traz um conteúdo altamente preconceituoso e homofóbico, estigmatizando o homossexual e colocando-o em uma situação de vulnerabilidade. Após anos de árdua luta, o direito homoafetivo alcançou avanços significativos, tais como a tutela jurídica da união entre pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de utilização do nome social pelo indivíduo transgênero, dentre inúmeros outros.
O preconceito persiste e é duramente combatido de forma diuturna. Sendo assim, compactuar com manifestações como a indigitada música do cantor Robissão, seria o mesmo que corroborar com o estigma inverossímil de que inexiste afetividade nas relações entre pessoas do mesmo sexo e, ademais, com a estigmatização do jovem morador da periferia como um "gigolô".
A situação se agrava ainda mais pela proximidade com o Carnaval, evento no qual milhares de pessoas se aglomeram nas ruas e no qual são observadas inúmeras violações aos direitos humanos, sobretudo situações de violência contra a população LGBT.
Convidamos o cantor Robissão, os demais integrantes da banda, bem como todos os demais leitores a refletir, baseando-se no bom senso: Qual o sentido de propagar uma música que reproduz um conceito nocivo, preconceituoso e que contribui para a intolerância que vitimiza tantos indivíduos, todos os dias, em todo o mundo? Qual o sentido de criar estigmas cruéis que apenas aumentam a discriminação sofrida pelos jovens moradores da periferia? Qual o sentido de reproduzir atos que podem expor o próximo a uma situação de violência? Nossa resposta é clara: não faz sentido algum. Salvador, 21 de janeiro de 2015
Filipe de Campos Garbelotto
Presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia
Roberto Ney Oliveira Araújo Junior
Membro da Comissão
A Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da Ordem dos Advogados da Bahia, torna público o seu repúdio à música intitulada "Quem Banca é o Viado", reproduzida pelo cantor Robissão, juntamente com sua banda. A música, de forma grotesca, baseia-se na crítica a um jovem que foi visto saindo com presentes da casa de um homossexual, vide o refrão: "eu tô sabendo, eu tô ligado, eu vi você saindo da casa do viado".
Observa-se que a letra traz um conteúdo altamente preconceituoso e homofóbico, estigmatizando o homossexual e colocando-o em uma situação de vulnerabilidade. Após anos de árdua luta, o direito homoafetivo alcançou avanços significativos, tais como a tutela jurídica da união entre pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de utilização do nome social pelo indivíduo transgênero, dentre inúmeros outros.
O preconceito persiste e é duramente combatido de forma diuturna. Sendo assim, compactuar com manifestações como a indigitada música do cantor Robissão, seria o mesmo que corroborar com o estigma inverossímil de que inexiste afetividade nas relações entre pessoas do mesmo sexo e, ademais, com a estigmatização do jovem morador da periferia como um "gigolô".
A situação se agrava ainda mais pela proximidade com o Carnaval, evento no qual milhares de pessoas se aglomeram nas ruas e no qual são observadas inúmeras violações aos direitos humanos, sobretudo situações de violência contra a população LGBT.
Convidamos o cantor Robissão, os demais integrantes da banda, bem como todos os demais leitores a refletir, baseando-se no bom senso: Qual o sentido de propagar uma música que reproduz um conceito nocivo, preconceituoso e que contribui para a intolerância que vitimiza tantos indivíduos, todos os dias, em todo o mundo? Qual o sentido de criar estigmas cruéis que apenas aumentam a discriminação sofrida pelos jovens moradores da periferia? Qual o sentido de reproduzir atos que podem expor o próximo a uma situação de violência? Nossa resposta é clara: não faz sentido algum. Salvador, 21 de janeiro de 2015
Filipe de Campos Garbelotto
Presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia
Roberto Ney Oliveira Araújo Junior
Membro da Comissão