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Manifestação da OAB da Bahia nos 36 anos do Olodum

Nas últimas quatro décadas, a luta secular por igualdade e justiça, protagonizada pela comunidade negra brasileira, ganhou novos contornos e novos mecanismos.

Como sempre, a Bahia deu régua e compasso, através das preciosas lições civilizadoras  ministradas pelos blocos afros, desde a corajosa criação do Ilê Aiyê, em 1974. Para além do carnaval, a atuação destas organizações negras redesenhou o panorama das relações raciais brasileiras, contribuindo para fragilizar o mito da democracia racial.

Desde então, assistimos a uma significativa revolução ética, estética e política, ressignificando o valor do legado civilizatório da tradição negra no Brasil, valorizando e atualizando seus signos, símbolos, sons e discursos, além de cobrar a necessária, ainda que tardia, inclusão social e garantia dos direitos e plenitude da cidadania da comunidade negra brasileira.

A criação do Olodum, há 36 anos, constitui um dos mais importantes capítulos desta recente trajetória parcialmente vitoriosa. Sob a liderança empreendedora e ousada de João Jorge Rodrigues, o Olodum consolidou e expandiu as novas formas e estratégias de reconstrução da identidade negra no Brasil,  além de resgatar os horizontes libertários e igualitaristas da Revolta dos Búzios, como fonte inspiradora para as necessárias transformações que a construção da democracia reclama.

O Olodum contribuiu, também,  para a vocalização internacional da negritude brasileira, transformando-se numa das referências contemporâneas da brasilidade, além do reconhecimento artístico e musical do samba reggae.

Por tudo isso, hoje celebramos os 36 anos do Olodum desejando longevidade e sucesso na sua corajosa jornada de afirmação das possibilidades de superação do racismo e construção da igualdade na diversidade.

Parabéns Olodum!

Manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia nos 36 anos do Olodum