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Jungmann pede prorrogação da CPI das Escutas por mais 60 dias

O deputado Raul Jungamnn (PPS-PE) anunciou que vai propor a prorrogação de 60 dias da CPI das Escutas Telefônicas. Ele afirmou que, desde que a comissão recebeu os arquivos do inquérito sobre a Operação Satiagraha, abriu-se um campo de investigações que ainda precisam de tempo para ser realizadas.

O deputado disse que tem informações de que a Brasil Telecom se prontificou a entregar as 250 caixas de informações relativas ao processo que teria sido movido contra Daniel Dantas nos Estados Unidos.

O parlamentar pediu também que o banqueiro, que informou os nomes dos programas de computador usados para criptofrafá-los, entregasse também seus código-chaves. O banqueiro afirmou, pela segunda vez, que não tem segurança de que a comissão manteria os sigilos sobre as informações ali contidas.

O relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), reafirmou que vai apresentar seu parecer na próxima semana. Afirmou que a atual prorrogação de 60 dias, que termina em 15 de maio, foi para apurar a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação Satiagraha e também da participação de Dantas em grampos telefônicos.

Ele afirmou que respeitará a decisão da Casa, se houver nova prorrogação, inclusive porque há muitas denúncias de interceptações ilegais nos Estados. Mas ele afirmou que não é o foco da CPI a investigação sobre atividades de empresas. Isso teria de ser objeto de nova CPI.

Mangabeira Unger
Daniel Dantas foi questionado pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) sobre o contrato guarda-chuva fechado com os fundos de pensão e que dava a ele plenos poderes no comando da Brasil Telecom. O contrato teria sido elaborado pelo advogado Mangabeira Unger, que trabalhou para Dantas e hoje é ministro de Assuntos Estratégicos.

Dantas afirmou que conheceu Mangabeira em 2002. O contrato seria a solução de um conflito na Justiça norte-americana. De acordo com o delegado Protógenes Queiroz, esse contrato dividiria interesses de exploração de áreas econômicas no Brasil, como a transposição do Rio São Francisco, exploração de minérios e privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce.

O empresário afirmou que na época tinha somente ações da Vale, que exporta minério de ferro. Afirmou que hoje tem uma empresa de prospecção de riquezas minerais, mas que seu interesse é de encontrá-las e vender seus direitos. Ao contrário da afirmação de Protógenes, o banqueiro afirmou que esse contrato foi unicamente entre os fundos, para disciplinar questões de procedimento para saída, participação, etc.