Advogada Samantha Carvalho convoca participação das mulheres no boletim "Fala: Vozes Femininas"
Chamado aconteceu durante entrevista no OAB na TV desta quarta-feira (25)
Com o objetivo de dar visibilidade à produção do conhecimento das mulheres advogadas, a Comissão da Mulher Advogada da OAB-BA, com o apoio da Comissão de Proteção dos Direitos da Mulher, lançou, no último dia 12, o boletim "Fala: Vozes Femininas".
Para explicar melhor o projeto e estimular o engajamento feminino, a integrante da Comissão da Mulher Advogada Samantha Carvalho participou do OAB na TV desta quarta-feira (25).
Apresentado por Milena Barreto, o programa é realizado em parceria com a Fundação Paulo Jackson e Assembleia Legislativa da Bahia e vai ao ar todas as quartas-feiras, no perfil da Seccional no Instagram.
Samantha explicou que o boletim nasceu para dar voz às mulheres, diante da redução da publicação acadêmica feminina na pandemia.
"Por conta das tarefas em casa, as mulheres passaram a produzir menos conteúdo acadêmico nos últimos meses. Então decidimos criar esse espaço, para que elas pudessem publicar seus textos e trocar conhecimento. É um espaço de troca", explicou.
Para as que desejam integrar o projeto, Samantha explicou que o boletim está aberto à participação.
"Não precisa, necessariamente, ser da área jurídica. Profissionais de outras áreas também podem escrever e fazer coautorias. Os temas são diversos, e nosso edital pode ser encontrado, facilmente, no site da OAB ou na bio da nossa comissão, no Instagram", pontuou.
Ainda sobre a dificuldade de publicação das mulheres, a advogada mencionou uma pesquisa que apontou uma diferença de mais de 30% no número de produções acadêmicas masculinas em relação às femininas, considerados pais e mães de filhos menores de um ano.
"Os números apenas constatam que os cuidados com as crianças continuam sendo atribuídos quase que completamente às mulheres", disse.
Como causas dessas desigualdades, Samantha apontou o sexismo e o patriarcado culturais no Brasil e destacou a necessidade de ocupação feminina de espaços.
"As mulheres sempre foram muito corajosas e ocuparam espaços importantes, mas ainda existe um olhar estereotipado de gênero. Nos cargos de direção, por exemplo, ainda existem mais homens. Mesmo o IBGE apontando que as mulheres são mais bem preparadas, ainda ganhamos cerca de 30% menos que eles", contestou.
A advogada encerrou a entrevista com mensagem de encorajamento às colegas. "Vamos nos inspirar na luta e bravura de mulheres que fizeram história. Precisamos nos lançar no mercado sem medo. Temos espaço para isso", concluiu.