A OAB-BA, por meio da sua Comissão Especial de Promoção da Igualdade Racial, promoveu, na tarde da última quinta-feira (17/12), uma reunião para apresentação do relatório anual de atividades da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. No encontro, a Rede, formada por instituições do poder público, pela OAB-BA, por universidades federais e estaduais e pela sociedade civil, apresentou os principais casos de crime racial e intolerância religiosa ocorridos na Bahia, em 2015. O evento aconteceu na sede da entidade, na Rua Portão da Piedade, e foi aberto pelo presidente da OAB-BA, Luiz Viana Queiroz.  

“Apesar de, tradicionalmente, a OAB-BA ser uma casa de mulheres e homens brancos, ela tem tido a chance de fazer o enfrentamento das questões raciais. E, nesse sentido,  a convivência com o grupo de combate ao racismo tem sido bastante proveitosa, uma vez que, ao mesmo tempo em que a Ordem pode oferecer um papel político interessante junto ao Estado, a Rede pode colaborar conosco, ajudando-nos a fazer um posicionamento crítico interno frente às nossas contradições”, disse Luiz Viana. 

Representante suplente da OAB-BA na Rede, Dandara Pinho, presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade Racial da seccional, falou sobre o significado do encontro: “Essa reunião dentro da Ordem teve uma representatividade simbólica muito forte para todos nós e mostrou que essa organização, complexa e difícil para os advogados e advogadas negros e negras, tem, hoje, uma grande responsabilidade voltada à discussão das questões raciais na Bahia”, ressaltou.  “Participar desse evento foi uma honra. Mostrou o compromisso da OAB-BA em dialogar com o Poder Público e com a sociedade e demais órgãos. Esse encontro abre uma agenda de possibilidades com ações voltadas ao fortalecimento do combate ao racismo e enfrentamento à intolerância religiosa” complementou a coordenadora da Rede, Nairobi Aguiar. 

O conselheiro Augusto Sérgio São Bernardo, coordenador da Política de Desigualdade Racial, ligada à Rede Estadual, comemorou o sucesso das atividades desenvolvidas pelo grupo: “Conseguimos executar quase 100% do nosso plano de ação elaborado no início do ano. Isso significa que, única no Brasil, a Rede deu conta da sua existência na Bahia e conseguiu se articular em todos os municípios, envolvendo as universidades, a sociedade civil, os órgãos do Poder Judiciário e as secretarias de governo”, pontuou.

Ainda em sua fala, São Bernardo afirmou que, em 2016, a expectativa do grupo é apontar os desafios com mais força, tendo a OAB-BA como apoiadora: “Contamos com o comprometimento da Ordem, para que, no ano que vem, possamos enfrentar, juntos, essas violências estruturais, que são o racismo e a intolerância religiosa”, concluiu.

Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)