O OAB no Rádio desta sexta-feira (30) recebeu a presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB da Bahia, Renata Deiró, que falou a respeito dos desafios da mulher advogada no atual cenário da Ordem e mercado de trabalho. 

Renata Deiró relembrou que as mulheres advogadas há muito tempo já vinham questionando uma participação mais efetiva no sistema OAB, e que 2015 pra cá esse movimento ganhou mais força e organização por todo o país. 

"A gente vem promovendo campanhas no Brasil e já tínhamos implantado a paridade na chapa que elegeu a atual Diretoria da OAB da Bahia porque não era aceitável que nós mulheres continuássemos nos bastidores de uma instituição que pagamos hoje mais da metade da conta", afirmou.

Ainda de acordo com a advogada, em todas as esferas, o machismo impede que as mulheres ocupem espaços que são por mérito e direto delas. Ela ressaltou a importância do provimento que assegurou a paridade de gênero em nas eleições da Ordem. 

"Precisou chegar uma regra de cotas para que isso acontecesse na OAB. Se a gente precisa que seja na forma de uma imposição legal, terá que ser assim, porque pela superação do machismo isso vai demorar séculos", afirmou.

Somos várias mulheres
Outro ponto abordado por Deiró foi a necessidade de reconhecer a pluralidade feminina, uma vez que as mulheres, dentro ou fora do sistema  OAB, vivem realidades muitas vezes distintas e que por isso merecem e precisam ser vistas de modo particular.

"Nós não somos um perfil único de mulher. Existem mulheres de todo tipo: casada, solteira, viúva, rica, pobre, branca, preta. E cada uma é uma realidade. Não somos uma mulher. Somos várias dentro do sistema OAB", frisou.