As dificuldades enfrentadas pela advocacia do interior foram discutidas no OAB na Rádio desta terça (04). Para falar sobre o tema, o programa recebeu a presidente da OAB de Paulo Afonso, Socorro Rolim.

Em novo horário, às 9h, o OAB no Rádio é realizado em parceria da Rádio ALBA, a Seccional baiana e Fundação Paulo Jackson e vai ao ar na Rádio ALBA e no Instagram da OAB-BA.

Socorro abriu o programa com um desabafo sobre as dificuldades enfrentadas pela advocacia no interior. "Sofremos com a falta de estrutura do Estado, que afeta frontalmente a advocacia e toda a sociedade", disse. 

Para a advogada, a fata de juízes e serventuários é um dos problemas que mais afetam a prestação jurisdicional no interior. "Existem comarcas que vivem há anos sem juiz, o que é lamentável, porque precisamos desafogar as nossas Varas Cíveis. Temos uma população de 120 mil habitantes", ressaltou. 

Sobre a desativação das comarcas, Socorro classificou a medida como "arbitrária". "Eles chamaram de agregação, mas fecharam as portas, sem ouvir a advocacia e encolhendo os direitos do cidadão, que é quem mais sofre com esse tipo de reprimenda", falou.

Não bastassem as dificuldades, Socorro destacou que a pandemia agravou ainda mais a vida do advogado no interior. "Não estávamos preparados para enfrentar uma pandemia, sobretudo por conta da dificuldade de acesso à tecnologia. Estamos tentando nos reinventar diariamente, mas o acesso é muito difícil, o que compromete o despacho dos processos", lamentou.

Questionada sobre uma solução para os problemas, a entrevistada disse que é necessário que o Estado se envolva com o Judiciário e a OAB. "Se isso não for feito, nada será resolvido. o TJBA disse que não tem margem para fazer concurso para serventuário. Eles fizeram um concurso para 50 juízes, mas temos quase 300 comarcas vagas. Então precisamos de envolvimento para que as coisas mudem", disse.

Socorro encerrou a entrevista conclamando a classe à luta e chamando a atenção para a união da advocacia. "Nossos desafios são muitos. Precisamos saber que, juntos, somos a OAB, uma instituição respeitada. O que nos faz fortes é nossa unidade", concluiu.