OAB apela à advocacia israelense para que interfira pelo cessar-fogo imediato
Brasília, 08/01/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, dirigiu hoje (08) um apelo ao seu colega presidente da Ordem dos Advogados de Israel, Yori Geiron, para que a entidade exerça sua influência e interfira em favor de um cessar-fogo imediato no conflito com a Faixa de Gaza, mobilizando a advocacia israelense em defesa da paz. "A violência não conduzirá a nenhuma solução dos impasses políticos entre os dois países; antes, os agravará", pondera Britto, para salientar que "é uníssono o clamor de protesto diante do presente morticínio na Faixa de Gaza, que já sacrificou milhares de vítimas civis, inocentes e indefesas, alheias ao conflito".
A seguir, a íntegra do texto do apelo enviado hoje pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, ao presidente da Ordem dos Advogados de Israel, Yori Geiron:
"A defesa comum de causas humanitárias, que une a advocacia em todo o mundo, torna uníssono o clamor de protesto diante do presente morticínio na Faixa de Gaza, que já sacrificou milhares de vítimas civis, inocentes e indefesas, alheias ao conflito.
Os laços que estreitam as relações da advocacia israelense e brasileira levam a Ordem dos Advogados do Brasil a apelar à sua congênere de Israel para que interfira no sentido de um cessar-fogo imediato. A violência não conduzirá a nenhuma solução dos impasses políticos entre os dois países. Antes, os agravará.
Não estão aqui em pauta os fundamentos que sustentam o conflito. Sejam quais forem, há instâncias mais eficazes e civilizadas de arbitragem internacional para dirimir divergências entre nações, que devem ser acionadas, se de fato se quer a paz.
Não temos dúvida de que esse é o anseio da advocacia israelense - e de que esse é o único caminho a ser trilhado pelos homens de bem. Apelamos, por isso, ao bom senso e, sobretudo, à tradição humanitária que historicamente inspira a advocacia para que os advogados israelenses se mobilizem em defesa da paz. Para que exerçam sua influência sobre os governantes de seu país no sentido de não descrer no caminho da negociação política e de não permitir que rasguem os tratados vigentes.
A experiência humana - e particularmente a de Israel e dos palestinos - mostra que a opção pela violência, ainda que em resposta a ataques anteriores, não produz resultados, senão mais violência, mais vítimas inocentes, mais crianças sacrificadas, além de adiar indefinidamente qualquer saída civilizada para os impasses.
Esse o apelo da advocacia brasileira, perplexa, como toda a humanidade civilizada, diante da escalada da violência e do morticínio na Faixa de Gaza. Confiamos na ação pacífica e corajosa dos advogados israelenses, sempre atuantes nos foros internacionais, em defesa dos direitos humanos e do convívio harmônico entre os que divergem. Pelo cessar-fogo imediato e retomada das negociações, subscrevemo-nos fraternalmente."