I Congresso On-line da Jovem Advocacia Baiana é aberto com 2.200 inscritos
Maior evento virtual da jovem advocacia na pandemia, congresso teve abertura transmitida pelo YouTube e plataforma Zoom, totalizando mais de 600 pessoas on-line simultaneamente
O I Congresso On-line da Jovem Advocacia Baiana foi aberto na manhã desta quinta-feira (21) com 2.200 inscritos (mais de 900 da capital, 803 do interior e cerca de 400 de outros estados). Promovido pela OAB Jovem da Bahia, o evento discutirá, nesta quinta e sexta (21 e 22), os principais desafios da classe diante do avanço da Covid-19.
Transmitido pelo YouTube e plataforma Zoom, este já é o maior congresso virtual da jovem advocacia durante a pandemia. Sua abertura chegou a reunir mais de 600 pessoas on-line simultaneamente.
A presidente da OAB Jovem da Bahia, Sarah Barros, foi a responsável por dar as boas-vindas na abertura. Em seu discurso, Sarah destacou o trabalho da seccional diante do enfrentamento à pandemia e engajamento da jovem advocacia.
“Diante deste cenário crítico e buscando formas de continuar fazendo o necessário, nós, presidentes jovens, decidimos que uma das principais necessidades da classe, agora, é a capacitação. Por isso, após iniciarmos um curso com 1.300 inscritos na semana passada, abrimos, hoje, este congresso com dois dias voltados à valorização da classe”, comemorou Sarah.
O presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, destacou o instinto de superação da advocacia diante da pandemia. “O lado negativo do Coronavírus mostra nossa capacidade de adaptação a qualquer dificuldade. E esse evento, com mais de dois mil inscritos, é um legado, que mostra que as transformações vieram para ficar”, enfatizou.
O vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana, disse que o momento é desafiador e que é preciso foco. “Precisamos conhecer nosso destino final e saber como vamos caminhar. Tenho certeza que esse momento vai passar, mas precisamos nos preparar agora, no presente, para sabermos encarar o futuro”, disse.
Encerrada a abertura, o evento seguiu com o painel “Reinvente-se: a gestão legal pós-pandemia". A apresentação ficou por conta da especialista em Sociedade de Advogados Lara Selem, que destacou características e habilidades de gestão essenciais aos jovens empreendedores, sobretudo em tempos de pandemia.
Lara elencou a necessidade de habilidades, como estabelecer metas e redes de contato, aprender a planejar, investir em marketing jurídico e saber buscar as chances na carreira. “É essencial correr atrás das oportunidades, ter iniciativa. A advocacia depende, antes de qualquer coisa, da persistência e ousadia”, explicou.
Com painel voltado ao exercício da democracia, a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, disse que a liberdade da imprensa precisa ser garantida de forma plena, mas com responsabilidade, sobretudo diante do avanço das fake news.
“No Brasil, em que cada vez mais veículos repercutem as notícias falsas, além da apuração das informações, é preciso haver uma análise das fake news dentro de uma discussão que leve em conta a importância da imprensa no exercício da democracia”, disse Daniela.
Ao destacar as repercussões sociais da pandemia, o professor Samuel Vida falou sobre a existência de uma “necropolítica, política deliberada de gestão da morte”, e descreveu como “omissa” a política do governo federal voltada às populações negra e indígena. “Faltam iniciativas, e essa omissão não me parece fruto de incompetência, mas de uma escolha política”, disse.
Com o tema “Diálogos institucionais e democracia”, o presidente da OAB de Teixeira de Freitas, Daniel de Moares, falou sobre o dever do Judiciário de zelar pelos direitos fundamentais dentro do espaço limitado pela Constituição, “fortalecendo e reconhecendo a participação das instituições na democracia”.
Ao citar as restrições durante a pandemia, o advogado pós-graduado em Direito Constitucional Ícaro Bitar destacou a da livre locomoção. “A medida busca guardar um bem maior que qualquer bem jurídico, que é a vida. E a nossa Constituição deu aos governantes o poder de tomar decisões que coloquem o interesse público acima do privado”, explicou.
O presidente do Instituto dos Advogados da Bahia (IAB-BA), Carlos Rátis, falou sobre a necessidade de uma nova Revolução Copérnica em defesa da preservação constitucional em tempos de pandemia. “A solução está na própria Constituição”, disse.
A manhã foi encerrada com o painel “Impacto da Covid-19 nas relações de trabalho”. Para o palestrante Vander Costa, o investimento do Brasil na preservação de empregos tem sido “tímido”.
“80% dos empregos são gerados por micro e pequenas empresas, que estão sendo abaladas pela pandemia. Resultado isso é corte nos salários e redução do poder de compra. É papel do Estado, então, garantir o emprego e a renda dos vulneráveis e manter um corte mais linear dos salários”, pontuou Vander.
O painel contou, ainda, com a presença dos palestrantes Anderson Rico, Jéssica Fernandes, Joana Rodrigues, Joeline Araújo e Thayssa Prado.
A programação da conferência segue durante todo o dia.