No segunda dia de debates da III Conferência Estadual da Mulher Advogada, dentre outras questões levantadas, a Seccional debateu a representatividade feminina no sistema OAB e a liderança e empoderamento feminino coletivo na Ordem. 

A III Conferência da Mulher Advogada reúne até sexta-feira (30) importantes nomes para discutir os desafios da mulher advogada, agravados pela pandemia. O congresso é  o evento jurídico com maior participação feminina na história OAB da Bahia.

As mesas foram mediadas por Dyone Tavares e Gloria Alves e contaram com as participações de Valentina Jungmann, Marina Gadelha, Ludmila Aguiar de Oliveira, Mariane Moraes, Maria Luiza Brito, Socorro Rolim e Sandra Dourado.

Valentina Jungmann, autora do projeto Paridade Já na OAB, ressaltou que o quadro geral da representatividade feminina na titularidade das Seccionais da OAB ainda não chega a 30% e quem situações como a da Bahia, onde já existe paridade, são exceção. 

"Se olharmos também a Diretoria do Conselho Federal, os cinco cargos são ocupados por homens que são competentes, mas que não tem a representatividade que o sistema requer, uma vez que hoje já somos um número até superior nos quadros de inscritos". 

Para Ludmila Aguiar, a proposta já cumprida de paridade no Conselho Seccional da OAB da Bahia tem sido o grande marco da atual gestão. Ela ressaltou ainda que isso, diferente do que muitos possam imaginar, é resultado de uma luta histórica que não se deu de forma fácil.

"Em um Conselho formado prioritariamente por homens, foi preciso que alguns saíssem para que as mulheres pudessem entrar. Mas o trabalho foi tão bem feito que mesmo aqueles colegas que saíram continuam contribuindo de diversas outras formas".

A presença de mulheres nos espaços de poder e fala, conforme descreveu Mariane Moraes, é fundamental para que as instituições percebam as violações das prerrogativas das mulheres advogadas e outras questões muito particulares que constantemente não são notadas pelos homens.

Marina Gadelha reforçou isso trazendo dados que dizem que o estado da Bahia possui cerca de mil mulheres a mais que homens inscritos na OAB e quase o dobro de advogadas com até 25 anos de idade quando comparadas aos advogados da mesma faixa etária. "Não preciso gastar a minha saliva para justificar a necessidade da paridade".

Empoderamento feminino
Apesar de ainda estar longe do ideal, a OAB, conforme observou Maria Luiza Brito, tem passado por transformações importantes de reconhecimento, acolhimento e empoderamento da mulher dentro da instituição. 

"A vida da mulher advogada tem obstáculos maiores do que a do homem. Infelizmente, ainda temos um cultura que todo peso da família ainda recai sobre a mulher sobre a mulher. Por isso, vejo que não chegaremos aos mais altos cargos se não estivermos unidas."

Socorro Rolim apontou o ex-presidente da OAB da Bahia Luiz Viana como um marco no processo de valorização da advocacia, sobretudo longe da capital. "Ele dignificou os advogados e advogadas, principalmente no interior", disse.

Nesse contexto de mudanças, Sandra Dourado destacou que a liderança feminina no sistema OAB é uma realidade que vem sendo conquistada paulatinamente após a era Luiz Viana. "Observando todos os espaços que ocupamos, demonstra um salto enorme para as conquistas da mulher advogada. Nós que fazemos parte desse sistema, sentimos um orgulho enorme por ter, de alguma forma contribuído com isso".

SERVIÇO
Evento: 3ª Conferência Estadual da Mulher Advogada
Quando: 28 a 30 de abril
Transmissão no canal da OAB-BA no YouTube
Incrições gratuitas no Sympla
Programação da Conferência

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