Para o presidente da OAB-BA, Jorge Hélio é "símbolo da coragem cívica de dizer a verdade"
O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) homenageou o ministro Jorge Hélio, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) durante a sua 6ª Reunião Ordinária, que ocorreu na última quinta-feira (9), no hotel Sheraton da Bahia, no Campo Grande. Jorge Hélio, que deixa o CNJ em junho após quatro anos, em dois mandatos, falou por cerca de duas horas para o Conselho Pleno, apresentando um retrato do Poder Judiciário no Brasil e ao final respondeu às perguntas dos conselheiros baianos.
Ao comentar sua palestra, o ministro Jorge Hélio revelou ter um "grande sonho de que a República fosse proclamada." E explicou: "Por que ela (a República) foi historiograficamente registrada em novembro de 1889, ela foi finalmente proclamada com ânimos de seriedade com a Constituição de 1988, mas ela não foi instalada ainda. Os nichos de poder feudais ainda guardam as muradas das capitanias hereditárias. O maior símbolo disso são as monarquias hereditárias de cartórios e as fraudes lamentavelmente existentes no seio da Justiça, o que é mais desesperador. E é por isso que o papel do CNJ é tão importante. Por que não existe democracia, não existe vida social, sem a Justiça".
Segundo o presidente da OAB-BA Luiz Viana, "foi uma noite importante, com a presença do ministro Jorge Hélio do CNJ no nosso Conselho Pleno, um homem que dignifica o CNJ, tendo ido para lá como representante do Conselho Federal da OAB, ou seja, da advocacia". Luiz Viana explicou que "Jorge Hélio recebeu uma homenagem do Conselho da OAB da Bahia por que ele é um símbolo da coragem cívica de dizer a verdade, coisa que a nossa vida pública está perdendo".
Jorge Hélio também comentou a homenagem. "O evento em si me emociona como pessoa, me aumenta a responsabilidade institucional, e me traz preocupação. Eu fico feliz no plano pessoal, mas fico preocupado que quem cumpre o seu dever precise ser homenageado. Eu não quero me sentir exceção, eu quero me sentir regra." E completou: "Mas é evidente que uma homenagem desta natureza nos traz uma sensação de recompensa pelo trabalho que vem sendo realizado, uma espécie de reconhecimento. Isso demonstra que de alguma forma, em algum lugar, algumas pessoas estão vendo o sacrifício imenso, pessoal, que a gente faz, por uma atuação institucional proba, serena, republicana".
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