OAB Jovem realiza segunda edição do Falas Femininas
Evento contou com mais de 500 inscritos e integrou programação do Mês da Mulher
O Conselho Consultivo da Jovem Advocacia (CCJA) realizou, nesta segunda-feira (28) a segunda edição do evento Falas Femininas. A ação integrou a programação do Mês da Mulher e teve por objetivo dar espaço às vozes das mulheres jovens advogadas trazendo a realidade de cada uma e suas histórias profissionais.
Este foi o primeiro evento realizado pelo Conselho Jovem empossado para a gestão 2022-2024 e contou com mais de 500 inscritos. Estiveram presentes a presidenta da OAB da Bahia, Daniela Borges, a vice-presidenta, Christianne Gurgel, a secretária-geral, Esmeralda Oliveira, o tesoureiro, Hermes Hilarião, os conselheiros federais Fabrício Castro, Silvia Cerqueira, Marilda Sampaio e outros representantes da classe.
A presidenta da OAB Jovem, Sarah Barros, destacou que o êxito do evento se deve ao trabalho do CCJA, uma entidade plural e composta por conselheiros e conselheiras que seguem unidos construindo com muito carinho essa história.
"Digo sempre que o nosso trabalho é tirar as pedras do caminho que a gente já passou. Quando eu tenho contato com os depoimentos de cada uma de vocês, eu vejo que a gente não pode estar sozinha e a sororidade é algo extremamente necessário", destacou Sarah.
Atualmente, as mulheres são mais da metade das inscritas nos quadros da OAB e, entre as jovens advogadas, elas representam 64%. A presidenta da OAB da Bahia destacou que essa representatividade está muito forte CCJA e que não tem como as mulheres estarem no mundo sem entender os desafios vivenciados diariamente.
Emocionada, Daniela Borges relatou uma situação de feminicídio vivida por uma pessoa próxima e destacou como é importante as mulheres darem as mãos umas às outras e fortalecer essa luta. "Nossa presença nos espaços de poder é uma conquista, mas ela precisa ser um exercício de responsabilidade para que a gente possa promover transformações mais profundas na nossa sociedade", disse.
A secretária-geral, Esmeralda Oliveira, relembrou a sua história de luta pela igualdade de gênero e fortalecimento do Estado Democrático, que começou ainda nos tempos de faculdade. "Ingressei na OAB quando ainda era estagiária e eu fui muito participativa e acreditei na minha força. Sempre soube o que eu queria fazer e que era possível fazer. Não é fácil, mas é possível. Por isso hoje estamos aqui", afirmou.
De acordo com Christianne Gurgel, a participação feminina nos cargos de direção da OAB da Bahia vai muito além da representatividade de gênero na Ordem. "Isso é fruto da luta de cada uma e cada um em nome da defesa da liberdade, igualdade e defesa do Estado Democrático", disse.
De acordo com Silvia Cerqueira, as desigualdades de gênero enfrentadas ao longo da história é resultado do patriarcado, essa estrutura social que definiu as formas de dominação dos homens sobre as mulheres. "A partir dessa construção, nós mulheres fomos forjadas num ambiente de subalternização que nos empurrou para o espaço doméstico e nos distanciando do espaço público", disse.
Primeira advogada da cidade de Capim Grosso, a conselheira federal Marilda Sampaio relembrou o seu primeiro júri, aos 24 anos, e as dificuldades enfrentadas no início da profissão. "Naquele momento, senti na pele o desafio de estar advogada em uma área extremamente masculina. Para minha sorte, tinha ali uma juíza que também estava fazendo o seu primeiro júri e a gente pôde dividir as dificuldades", contou.
O conselheiro federal Fabrício Castro destacou que é muito significativo o Falas Femininas estar estar fechando o Mês das Mulheres. "Esse é um evento muito importante que fecha o mês da mulher em um momento em que a Seccional está sendo liderada por mulheres nos três principais cargos da Diretoria", disse.
Para o tesoureiro seccional e membro vitalício do CCJA, ações dessa natureza são fundamentais também para engajar os homens na luta pela igualdade. "Quero parabenizar toda a Diretoria da OAB Jovem por essa iniciativa que está fechando o mês de março com maestria. Hoje estou aqui como apoiador e para aprender cada vez mais a combater o machismo estrutural em nossa sociedade", disse Hermes Hilarião.
Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA