Novos dias virão
*Por Dandara Amazzi Lucas Pinho e Gerson Conceição Cardoso Júnior
Hoje, dia 20 de Novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra. Esta data é muito importante para o nosso país, devendo servir de reflexão, especialmente por vivermos numa sociedade racista.
Aqui, o (a) negro (a) continua sofrendo com a exclusão social, econômica e política iniciada quando do processo de formação do Estado Nacional Brasileiro.
Infelizmente, os (as) negros (as) são as maiores vítimas de um Estado racista, necropolítico e neoliberal, tendo os seus direitos negados, adoecendo e morrendo.
Ser negro (a) numa sociedade elitista, classista , sexista e desigual é lutar cotidianamente para vencer grandes abismos sociais e econômicos que são agravados por conta das questões étnico-raciais.
Todavia, seguiremos resistindo para escrever novas páginas na história de construção deste país, que é multiétnico e pluricultural.
Queremos respeito e ocupar os mais diversos espaços na sociedade! Representatividade importa, sim, e muito!
Não toleramos também ser desrespeitados no nosso processo de construção da negritude, colocando-nos sempre na posição de subalternizados e desprivilegiados. Bem disso, queremos ser vistos socialmente e institucionalmente.
Não podemos esquecer que o racismo estrutural e institucional foi criado pela branquitude, que, historicamente, detém o poder econômico e político, acessando exclusivamente a bens e serviços que deveriam ser destinados à toda população brasileira. Logo, os brancos deverão fazer parte da luta pela construção de uma sociedade mais igualitária, inclusiva e solidária.
Chegou o momento de aquilombarmo-nos! Necessitamos, urgentemente, implementarmos ações antirracistas no dia a dia, o que incluiu políticas públicas educacionais de combate ao racismo.
Esperamos, ainda, que a força dos nossos ancestrais esteja conosco neste processo de transformação social rumo à igualdade racial plena.
Viva Palmares! Viva o povo preto guerreiro deste país, que ajudou a construir e mantém esta nação com o suor do seu trabalho que, muitas vezes, é desvalorizado e resquício da escravidão.
*Dandara Amazzi Lucas Pinho, Presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade Racial da OAB-BA
Gerson Conceição Cardoso Júnior, membro da Comissão Especial de Promoção da Igualdade Racial da OAB-BA
Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA