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OAB: fechamento de Guantânamo por Obama é uma vitória da civilização

Brasília, 22/01/2009 -  O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, considerou hoje (22) "uma vitória da civilização" a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de determinar o fechamento da prisão militar de Guantânamo dentro de um ano e exigir a suspensão de interrogatórios violentos contra suspeitos de terrorismo conforme a Convenção de Genebra e o manual do Exército norte-americano. "A OAB se associa aos democratas de todo o mundo por esse gesto histórico, de profunda significação moral, do presidente norte-americano, na expectativa de que, em nosso país, tenha reflexos efetivos no coração, na mente e nos atos dos responsáveis por operações em defesa da lei e da segurança pública".
Segue a nota do presidente nacional da OAB:

"A determinação do presidente norte-americano Barak Obama, de fechar a prisão militar de Guantânamo e de proibir interrogatórios violentos contra suspeitos de prática de terror, é uma auspiciosa vitória da democracia e dos que, em todo o mundo, defendem a inviolabilidade dos direitos humanos.

Em suma, uma vitória da civilização.

Registre-se que o gesto não enfraquece o combate ao terror e ao crime. Ao contrário, fortalece moralmente esse combate, que não cessará. Ao despojar-se de meios ilícitos para empreendê-lo, os Estados Unidos recuperam alianças e apoio da opinião pública internacional, impedindo que réus se transformem em vítimas, pela supressão de direitos humanos elementares.

Ao mesmo tempo, pela influência que aquele país exerce sobre a humanidade, terá efeitos profundamente benéficos em diversos outros países que, em nome do mesmo combate ao terrorismo, valem-se de métodos equivalentes para reprimi-los.

Exemplo disso, e que está na memória de todos nós, foi o da tragédia em Londres, em 2005, do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado a sangue frio, pelas costas, pela polícia inglesa, por ter sido confundido com um suposto terrorista. Crime, diga-se, ainda sem reparação. O fim de Guantânamo acena com novos tempos, em que não mais se viole a lei a pretexto de defendê-la.

A OAB se associa aos democratas de todo o mundo por esse gesto histórico, de profunda significação moral, do presidente norte-americano, na expectativa de que, em nosso país, tenha reflexos efetivos no coração, na mente e nos atos dos responsáveis por operações em defesa da lei e da segurança pública."